STF Decide Disputa por ICMS na Importação

Columbia Trading • 13 de maio de 2020

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 27/4/2020, que a competência para cobrar ICMS-Importação é do Estado onde está estabelecido o contribuinte que adquiriu a mercadoria no exterior. 


No caso das chamadas operações por encomenda, por exemplo, vale a localização da importadora. Nessa modalidade, os produtos são adquiridos com recursos próprios e, no Brasil, revendidos aos clientes que contrataram previamente o serviço.


Já nas operações por conta e ordem de terceiros, situações em que a importadora é contratada para fazer apenas o despacho aduaneiro – ela não emprega recursos, nem realiza o contrato de câmbio – o Estado do cliente é quem pode cobrar o imposto.


Essas duas modalidades de importação estão entre as mais praticadas no país e motivaram disputas acirradas entre os Estados de origem das importadoras e os de destino das mercadorias. A decisão do STF, que é válida para todas as instâncias, deve encerrar as disputas.


A decisão foi unânime. 


Esse julgamento ocorreu no plenário virtual do STF e foi encerrado no dia 27 de abril. 


“É um assunto extremamente relevante e o Supremo, depois de tantas décadas de briga, está colocando um ponto final”, diz o advogado Fabiano Carvalho de Brito, do escritório Oliveira Cardoso, Carvalho de Brito Advogados Associados. “Há autuações bilionárias”, ele ressalta.


Segundo o advogado, as empresas que, após receber da importadora, revendiam as mercadorias, além de autuadas pelo seu Estado por conta do ICMS-Importação, também eram multadas se tivessem se creditado de tais valores.


São Paulo e Espírito Santo firmaram um termo, há alguns anos, sobre a cobrança do imposto, diz o advogado Mauro Berenholc, sócio do escritório Pinheiro Neto. “Definiram, basicamente, o que agora está no voto do ministro Fachin. Havia sido feito por meio de protocolo e internalizado nas legislações de cada Estado. Isso reduziu muito o número de autuações, mas com relação a outros Estados continuava uma zona cinzenta”, afirma.


O Espírito Santo é considerado um reduto de importadoras. Não só pelo seu porto, mas principalmente porque o Estado foi um dos primeiros a oferecer benefícios fiscais ao setor. Santa Catarina, pelos mesmos motivos, também é apontado pelos advogados como um importante polo.


Segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, o STF está mantendo a jurisprudência que vinha sendo adotada na Corte – que “favorece a posição institucional do Estado”. Não haverá impacto, portanto, à arrecadação, diz Luciano Garcia Miguel, coordenador adjunto da Consultoria Tributária.


Ele confirma que podem existir autuações sobre esse tema, mas enfatiza que não estão relacionadas ao conceito de cada operação. Seriam casos, exemplifica, de contribuintes que informaram tratar-se de operações por encomenda, mas que para a fiscalização configuram-se como sendo por conta e ordem de terceiros.


“É preciso verificar o caso concreto”, afirma Miguel, acrescentando que, quando há erro na informação, “a própria Receita Federal desqualifica” a operação.


 Fonte Internet: Valor Econômico, 13/05/2020

Gostou deste conteúdo? Compartilhe em suas redes!

15 de setembro de 2025
No comércio exterior, integração entre áreas é sinônimo de economia, compliance aduaneiro e operações mais seguras.
1 de setembro de 2025
Descubra os custos ocultos na importação que reduzem sua margem de lucro e saiba como evitá-los com planejamento e eficiência.
14 de agosto de 2025
O mercado global de lingotes para produção de fios e cabos movimenta bilhões de dólares anualmente e representa um setor estratégico no comércio internacional. Com o crescimento acelerado da infraestrutura digital e energética mundial, a importação e exportação destes materiais tornou-se fundamental para suprir a demanda crescente por conectividade e energia elétrica. A distribuição eficiente de lingotes de cobre e alumínio no comércio exterior exige conhecimento especializado em logística internacional, planejamento tributário e regulamentações específicas. Empresas que dominam essas práticas conseguem otimizar custos, reduzir riscos operacionais e garantir o abastecimento contínuo de suas cadeias produtivas. A Importância Estratégica dos Lingotes no Comércio Internacional Os lingotes de cobre e alumínio constituem a matéria-prima essencial para a fabricação de fios e cabos utilizados em telecomunicações, transmissão de energia elétrica e infraestrutura digital. No contexto do comércio exterior, esses materiais representam commodities de alta liquidez e demanda constante, especialmente em mercados emergentes com expansão de infraestrutura. A cadeia de suprimentos global desses metais é complexa e envolve produtores primários, refinarias, distribuidores e fabricantes finais. O Brasil, por exemplo, possui significativa produção de alumínio, mas depende da importação de cobre para atender sua demanda industrial. Essa dinâmica cria oportunidades estratégicas para empresas especializadas em comércio internacional. A volatilidade dos preços internacionais desses metais torna o planejamento financeiro crucial para operações de importação e exportação. Empresas que implementam estratégias de hedge cambial e contratos de fornecimento de longo prazo conseguem mitigar riscos e garantir margens competitivas. Desafios Logísticos na Importação de Lingotes A logística de lingotes metálicos apresenta complexidades específicas que impactam diretamente os custos de importação. O transporte marítimo é predominante devido ao peso e volume das cargas, exigindo planejamento logístico detalhado para otimizar tempos de trânsito e reduzir custos portuários. O manuseio adequado desses materiais durante o transporte é fundamental para evitar perdas por oxidação ou contaminação. Armazenagem temporária em portos e terminais deve seguir protocolos específicos, especialmente para lingotes de cobre, que são susceptíveis à deterioração quando expostos à umidade. A documentação alfandegária para importação de lingotes requer conhecimento técnico das classificações NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) específicas. Erros na classificação podem resultar em tributação inadequada ou retenção de cargas na alfândega, impactando significativamente os cronogramas de produção. Planejamento Tributário para Operações com Lingotes O planejamento tributário eficiente é determinante para a viabilidade econômica das operações de comércio exterior com lingotes metálicos. A estrutura tributária brasileira oferece diversos regimes especiais que podem reduzir substancialmente os custos de importação, como o Drawback e os regimes aduaneiros especiais. A análise dos acordos comerciais internacionais é fundamental para otimização tributária. Tratados como o Mercosul e acordos bilaterais podem proporcionar reduções tarifárias significativas para lingotes originários de países específicos. O conhecimento das regras de origem torna-se essencial para aproveitamento desses benefícios. Empresas que atuam com regularidade no mercado de lingotes podem se beneficiar do regime de Operador Econômico Autorizado (OEA), que oferece facilidades operacionais e redução de controles aduaneiros. Esse status requer investimento em compliance e sistemas de controle, mas proporciona vantagens competitivas sustentáveis. Inovações Tecnológicas e Sustentabilidade na Distribuição A digitalização dos processos de comércio exterior tem revolucionado a distribuição de lingotes metálicos. Plataformas de trading online permitem maior transparência de preços e facilidades para fechamento de contratos internacionais. Sistemas de rastreamento via blockchain garantem autenticidade e origem sustentável dos materiais. A crescente demanda por metais de origem sustentável tem influenciado as cadeias de suprimento globais. Certificações ambientais e práticas de mineração responsável tornaram-se diferenciais competitivos no mercado internacional. Empresas que conseguem garantir fornecimento de lingotes com certificação ambiental acessam mercados premium. Tecnologias de análise de dados e inteligência artificial estão sendo implementadas para otimização de rotas logísticas e previsão de demanda. Essas ferramentas permitem redução de custos operacionais e melhor planejamento financeiro para operações de longo prazo. Oportunidades em Mercados Emergentes Mercados emergentes apresentam oportunidades excepcionais para distribuição de lingotes destinados à produção de fios e cabos. O crescimento da infraestrutura de telecomunicações e energia elétrica nesses países impulsiona a demanda por matérias-primas metálicas de qualidade. A expansão das redes 5G e projetos de energia renovável criam nichos específicos de demanda por cabos especializados. Lingotes com especificações técnicas diferenciadas para essas aplicações comandam preços premium no mercado internacional. A estratégia de diversificação geográfica de fornecedores é fundamental para mitigar riscos de interrupção de suprimentos. Empresas que desenvolvem relacionamentos comerciais em múltiplas regiões conseguem maior estabilidade operacional e acesso a melhores condições comerciais. Conclusão A distribuição eficiente de lingotes para fios e cabos no comércio exterior demanda expertise multidisciplinar em logística internacional, planejamento tributário e gestão de riscos. O crescimento contínuo da demanda global por infraestrutura de conectividade e energia elétrica mantém este mercado aquecido e promissor. Empresas que investem em conhecimento especializado e tecnologia conseguem aproveitar as oportunidades de crescimento enquanto minimizam os riscos inerentes ao comércio internacional.  O sucesso neste segmento requer visão estratégica de longo prazo e capacidade de adaptação às mudanças regulatórias e tecnológicas constantes do mercado global.
Carregar Mais