Roubos de carga – O que fazer?

Columbia Trading • 12 de maio de 2022

A cada ano, os índices de roubo de carga no Brasil registram milhares de ocorrências. Apesar das estatísticas coletadas pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística demonstrarem uma crescente diminuição nestes índices desde 2017, quando houve mais de 25 mil ocorrências em todo o país, a quantidade de roubos em 2020 foi superior a 14 mil casos, o que não deixa de ser alarmante.


Agindo em conluio com uma grande rede de crime organizado envolvendo tanto o contrabando nas fronteiras quanto o mercado paralelo nos grandes centros urbanos, essa modalidade de crime é a que mais assola o Brasil.


Cargas mais roubadas no Brasil

Dado o grande número de ocorrências, alguém pode inferir que exista uma grande variedade de cargas roubadas. Longe disso, os roubos concentram-se dentro de alguns grupos específicos de produtos, e existem diversos fatores que podemos elencar para explicar isso. Por esse motivo, discutiremos abaixo cada um desses grupos e as razões para que sejam tão visados pelos criminosos.


Cigarros

Curiosamente, as cargas de cigarro são altamente visadas pelas quadrilhas que agem nas rodovias. Por serem produtos de grande capacidade de escoamento, ou seja, eles conseguem ser vendidos rapidamente no mercado paralelo (camelôs e ambulantes em geral), os cigarros encabeçam as ocorrências.


Por outro lado, o cigarro é um dos produtos com maior carga tributária no Brasil. Cerca de 71% do seu valor final é composto por impostos. O alto valor final alimenta não somente o roubo de carga, mas também o contrabando de cigarros cuja proveniência, em quase 100% dos casos, é do Paraguai.


Autopeças

Em segundo lugar nas estatísticas, vêm as autopeças. Como os veículos são compostos por uma infinidade de componentes de diversos tamanhos e de alto valor agregado, isso dificulta o trabalho de rastreamento da polícia. É praticamente impossível identificar uma peça de veículo depois que ela é roubada e posta à venda.


Um outro dado que esse fato revela, de forma indireta, é que muitas lojas legalizadas que atuam no comércio de autopeças agem como receptadoras desse tipo de material, o que faz aumentar ainda mais o roubo desse tipo de carga.


Farmacêuticos

Os farmacêuticos são visados pelas quadrilhas de roubo de carga devido ao seu alto valor agregado. Além disso, eles possuem grande capacidade de escoamento, não somente no mercado paralelo, mas em farmácias legalizadas, da mesma forma que ocorre com as autopeças.


Não obstante, segundo Elaine Manzano que trabalha na Associação Nacional de Farmacêuticos atuantes em Logística, os produtos farmacêuticos são passíveis de sofrerem adulterações antes de serem vendidos para as farmácias, o que isentaria em tese a responsabilidade do farmacêutico, mas é necessário que todos os funcionários do estabelecimento saibam identificar produtos falsificados.


Carne

Por serem produtos altamente perecíveis e de alto valor no mercado, produtos alimentícios como carne bovina, frango e peixe também figuram entre os principais alvos das quadrilhas que atuam nas principais rodovias do país.


O escoamento da carga roubada ocorre quase que de forma imediata e o contexto de aumento da insegurança alimentar pelo qual passa o Brasil desde o começo da pandemia, aumenta ainda mais essa atividade criminosa. Mais especificamente, pesquisas apontam que em dois anos (2020-2022) a carne bovina aumentou mais de 130%.


Roubo de carga – o que fazer?

Antes de abordarmos as dicas existentes para se evitar o roubo de carga, é importante salientarmos que a contratação de um seguro, bem como sua regularização, é essencial (Saiba mais sobre seguros de carga). Saiba também que existe uma modalidade de seguros que é específica para roubos de carga.


Elas costumam oferecer indenização para os prejuízos decorrentes do roubo, mas, por outro lado, diferenciam quando a carga está sendo transportada por rodovias, linha férrea, avião ou navio. Da mesma maneira, existem regras particulares quando a carga faz parte de uma operação de exportação ou de importação.


Em suma, o que é necessário que você escolha, primeiramente, o seguro mais adequado para o modal de transporte da sua carga (rodovia, marítimo etc) e para o tipo de operação de comércio exterior que está sendo realizada (importação ou exportação).


A propósito, dentro do mundo do comércio exterior, alguns Incoterms, que são padrões internacionais de termos para contratos de compra e venda internacionais, já estabelecem a cargo de quem ficará o custo de frete e seguro da carga. Este é o caso, por exemplo, do CIF e do CPT. No primeiro, o seguro fica a cargo do exportador enquanto no segundo fica a cargo do importador.                                                                                                                                                                                                 


Estradas com índice alto de roubo de carga

As últimas estatísticas demonstram uma grande concentração de ocorrências nos grandes centros urbanos do Brasil (eixo Rio-São Paulo). Contudo, é preciso distinguir entre os crimes que ocorrem nas grandes rodovias, como a BR-101 (a maior do país com mais de 4.500 Km) e os que acontecem dentro do perímetro urbano.


Os crimes nas rodovias são dominados por quadrilhas organizadas que miram em produtos com maior durabilidade como cigarros, autopeças e eletrônicos. Já os crimes no perímetro urbano miram cargas perecíveis como carnes e outros produtos alimentícios, devido ao alto grau de escoamento dos mesmos na cidade.


Sem dúvida, a estrada de maior índice de roubo de carga no Brasil é a BR-101. Como foi mencionado, ela é a maior rodovia do país e corta seu território de norte a sul. Alguns trechos são mais problemáticos, especialmente, nos estados de Alagoas e Bahia.


Os trechos de rodovias que possuem más condições de uso, obrigando os motoristas a dirigirem mais devagar, são os mais problemáticos. Os criminosos tiram proveito desses problemas para abordarem os caminhões e cometerem seus crimes. Este é o caso de alguns lugares em Alagoas por onde passa a BR-101.


Por outro lado, a alta circulação de pessoas de diferentes lugares em alguns trechos, como é o caso de Feira de Santana, na Bahia, que é a cidade mais populosa do interior do Nordeste, funciona como um atrativo para as quadrilhas devido à grande facilidade de distribuição das mercadorias roubadas.


Qual o país com menor índice de roubo de carga?

Não surpreende que seja o Brasil o país-líder em roubos de carga. Realmente, as estatísticas apresentadas, como a de 2017 que girou em torno de 25 mil ocorrências, são assombrosas e preocupantes. Logo abaixo do Brasil vem a Índia, país que concentrou 64% de todas as ocorrências na Ásia somente em 2019.


Como foi explicado anteriormente, o eixo Rio-São Paulo responde por quase 100% dos índices de roubo de carga no Brasil. O fato de serem, de fato, os grandes centros urbanos brasileiros, o que facilita o escoamento rápido das mercadorias roubadas, explica esses dados.


Por outro lado, a presença de lugares como Feira de Santana, na Bahia, também pode ser compreendida a partir dos mesmos motivos. Como maior cidade do interior brasileiro e ponto de encontro e partida para várias cargas comerciais, essa cidade em particular é um grande atrativo para os criminosos e suas quadrilhas, que buscam justamente municípios com essas características.


10 dicas de como evitar roubo de carga

Vejamos agora que medidas você pode adotar para que esse tipo de crime não afete os seus negócios. Foi separado um total de 10 dicas valiosas e de eficácia comprovada que, efetivamente, evitarão que a sua carga entre nas estatísticas de roubo.


  • FAÇA ROTAS VARIADAS – Treine os motoristas da sua empresa para que não façam sempre a mesma rota. Geralmente, os criminosos observam durante um tempo os seus alvos para poderem agir com segurança e previsibilidade. Logo, o importante é não lhes fornecer um caminho previsível.
  • VIAJE DURANTE O DIA – Boa parte dos assaltos a caminhões nas rodovias ocorrem durante a noite.
  • VIAGENS EM COMBOIO – As quadrilhas que atuam nas rodovias dão preferência a caminhões que viajam isolados, pois isso lhes fornece mais agilidade para cometerem a ação criminosa.
  • TREINE SEUS MOTORISTAS – Os motoristas que trabalham para a sua empresa devem ser orientados a nunca revelar para ninguém o valor e conteúdo da carga.
  • ESTACIONAR O CAMINHÃO EM POSTOS DE GASOLINA E DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL – Essa é uma dica muito eficiente. O motorista viaja durante o dia e, ao dormir à noite, estaciona o caminhão próximo a esses lugares pois oferecem mais segurança.
  • SEMPRE VERIFICAR AS CONDIÇÕES DO CAMINHÃO APÓS UMA PARADA – Alguns criminosos podem se aproveitar para sabotar o seu veículo após uma parada. Logo, é necessário sempre fazer essa verificação para não ser pego desprevenido.
  • MANTER CONTATO COM A POLÍCIA RODOVIÁRIA – Ao menor sinal de comportamento estranho por parte de algum motorista ou caso note alguém pedindo ajuda na estrada, oriente o motorista para notificar o posto da Polícia Rodoviária mais próximo.
  • INSTALE UM SISTEMA DE RASTREIO – É importante sempre saber onde o caminhão se encontra e, ao mesmo tempo, permitir que o motorista reporte qualquer problema ou evento estranho.
  • ESTEJA SEMPRE COM O SEGURO EM DIA – Evite surpresas e deixe o seguro e a sua documentação sempre em dia. Assim você evitará prejuízos desnecessários.
  • NÃO DÊ CARONA – Oriente os motoristas a não darem carona para estranhos na estrada. Pode parecer muito simples, mas é uma dica valiosa.

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No contexto do comércio exterior, esses materiais representam commodities de alta liquidez e demanda constante, especialmente em mercados emergentes com expansão de infraestrutura. A cadeia de suprimentos global desses metais é complexa e envolve produtores primários, refinarias, distribuidores e fabricantes finais. O Brasil, por exemplo, possui significativa produção de alumínio, mas depende da importação de cobre para atender sua demanda industrial. Essa dinâmica cria oportunidades estratégicas para empresas especializadas em comércio internacional. A volatilidade dos preços internacionais desses metais torna o planejamento financeiro crucial para operações de importação e exportação. Empresas que implementam estratégias de hedge cambial e contratos de fornecimento de longo prazo conseguem mitigar riscos e garantir margens competitivas. 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