Após gasto recorde com adubo, cenário indica ‘canal de queda’

Columbia Trading • 15 de fevereiro de 2023

Com a “estirada” dos preços dos fertilizantes no ano passado, os importadores desembolsaram US$ 25 bilhões nas compras externas de nitrogenados, potássicos e fosfatados (NPK). Mesmo comprando um volume 9% menor, o gasto foi 64% superior ao de 2021, segundo levantamento da fintech Vixtra. A companhia, que atua em concessão de crédito em operações de comércio exterior, mapeou dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).


Apesar da alta de cotações prevista para os próximos meses, espera-se, contudo, que 2023 seja um ano de “canal de queda” para os adubos, o que poderá contribuir para a redução do desembolso setorial com compras externas até dezembro. O “canal de queda” é um movimento de mercado que não contempla apenas baixa de preços. Há também momentos de alta no meio do caminho. Ou seja, explica Marcelo Mello, diretor de fertilizantes da StoneX, os patamares de cotações vão cedendo aos poucos.


Para agentes do segmento, o preço médio de fertilizantes neste ano tende a ser menor. Ademais, também é esperada melhora em custos para realizar as operações de comércio exterior, acrescenta Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra.


O primeiro semestre de 2022 ficou marcado pelas altas históricas dos preços dos adubos, sobretudo após a eclosão da guerra na Ucrânia. O conflito envolveu importantes origens desses nutrientes, como Rússia e Belarus.


A tonelada do trio NPK chegou a ultrapassar US$ 1 mil, alcançando valores recorde para esses insumos em abril. Diante do cenário, os importadores desembolsaram mais pelo nutriente trazido de Rússia, Canadá e China, os principais países fornecedores em 2022.


Apesar do conflito, os russos exportaram 8 milhões de toneladas de produtos para os brasileiros, com recuo de 13% em relação a 2021. Já a China, que também reduziu volumes enviados ao Brasil, embarcou 6 milhões de toneladas, queda de quase 5%.


O Canadá, por sua vez, elevou as exportações em 9% para os brasileiros, para 4,5 milhões de toneladas. O Brasil importou mais potássio do mercado canadense devido à queda de embarques de Belarus – país que está sob sanções econômicas de Estados Unidos e União Europeia impostas em 2021.


Com o gradual retorno dos belarussos ao mercado internacional, o potássio é o nutriente que tem menor risco de altas significativas a partir de agora. Belarus deverá exportar entre 5 e 6 milhões de toneladas para o mundo em 2023, o dobro de 2022.


“É um mercado estabilizado, não está faltando mercadoria”, continua Mello. A consultoria tem visto preços próximos a US$ 470 a tonelada e, como se trata de um mercado oligopolizado – ou seja, com menor número de fornecedores em comparação à ureia e ao MAP -, há menor risco de fortes oscilações.


A ureia, um nitrogenado importante para as lavouras em geral, pode começar a subir nas próximas semanas e oscilar entre 10% e 30%, com um pico de preços em maio. No fim do ano passado, a tonelada rondava US$ 560 (produto no porto brasileiro). A elevação esperada resulta da “safra cavalar” que deverá ser cultivada pelos agricultores do Hemisfério Norte. Entre soja e milho serão cerca de 470 milhões de toneladas.


Já o MAP (fosfatado), poderá subir entre 10% e 15% até junho, também por efeito de demanda. No Brasil, a tonelada valia perto de US$ 600 no fim do ano, indica a StoneX. Vale lembrar que os preços desses insumos vem cedendo desde abril do ano passado, e as relações de troca ficaram mais favoráveis para o agricultor. 


 Fonte Internet: Valor Econômico, 08/02/2023        

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