Perfil de Liderança de Trade Compliance

Columbia Trading • 2 de junho de 2020

Nos últimos anos, temos observado mais empresas criando posições de Trade Compliance em suas estruturas organizacionais do que em qualquer outro momento anterior na história do comércio global contemporâneo. Estas novas posições profissionais objetivam garantir a conformidade aduaneira, o gerenciamento de risco e a segurança do comércio de importação/exportação.


 


Atualmente, o líder de Trade Compliance se faz necessário, independentemente do tamanho da empresa ou da cadeia de suprimentos. Ele pode desempenhar exclusivamente esta função ou poderá ter as responsabilidades específicas de Trade Compliance adicionadas à descrição de seu cargo que envolve outras responsabilidades.


 


O Trade Compliance Officer pode vir de uma variedade de departamentos, como Financeiro, Jurídico, Logística, Comex, Compras, Supply Chain etc. O ponto de partida é entender que estamos garantindo o atendimento às legislações que regem a venda/compra internacional e o movimento das mercadorias. A palavra-chave é movimento ou, em termos corporativos, logística.


 


A experiência em Logística Internacional & Comex e envolvimento na avaliação e seleção de prestadores de serviços destas áreas podem ser diferenciais relevantes para o líder de Trade Compliance, pois ele é conhecedor dos hábitos de conformidade, capacidades e contribuições destes parceiros comerciais para o gerenciamento da conformidade aduaneira. Não devemos esperar possíveis conflitos de interesse se tivermos um time de Supply Chain & Logística bem treinado e de qualidade.


 


Quando outros departamentos gerenciam Trade Compliance, é necessário evitar uso intenso da definição literal de controles regulatórios, em vez de opções de trabalho funcionais (e legais) que permitem o sucesso em ambas as áreas simultaneamente – mover a carga e estar em conformidade aduaneira e segurança.


 


São pontos essenciais da formação do líder de Trade Compliance, que impactam no sucesso de suas iniciativas:


 


1. Possuir certificação no gerenciamento de conformidade de importação e exportação. Ter uma certificação fornece evidências de que você sabe mais do que a média sobre o assunto. A certificação profissional é a representação imediata de sua experiência profissional e conhecimento do seu setor de atuação. A Aduaneiras é reconhecida em todo o Brasil como a principal fornecedora de treinamentos especializados em Comércio Exterior. Empresas em todo o Brasil confiam nela para trazer as melhores práticas necessárias de conformidade em Importação & Exportação, respeitam o treinamento de excelência e a certiydores de diversas áreas de atuação estão envolvidos na garantia de Trade Compliance. A adesão e a efetiva cooperação serão mais facilmente alcançadas quando todos os interessados – manufatura, compras, atendimento ao cliente, jurídico, financeiro, logística etc. – sentirem que terão influência, que suas ideias serão ouvidas e que podem contribuir de modo construtivo.


 


4. Ser organizado e ter a capacidade de articular detalhes. A conformidade de Comércio Exterior exige atenção aos detalhes e coordenação interna em vários níveis. O responsável de Trade Compliance terá que tratar de assuntos de colaboradores de diversos níveis – desde a gerência sênior até os colaboradores do armazém.


 


5. Manter comunicação clara, prática e de qualidade – por escrito e em apresentação oral. E evitar o apontamento do dedo para culpados. Atuar como um ponto centralizador na empresa, ao qual todos poderão recorrer para o gerenciamento de conformidade, liderando a construção do plano de trabalho e inspirando as pessoas a segui-los.


 


6. Ter habilidade em desenvolvimento de SOPs, de programas internos de educação e treinamento, gestão de equipe e utilização da tecnologia no comércio global.


 


7. Ter conhecimento e/ou experiência nos temas a seguir contribuirão para o sucesso do líder e fornecerão autoridade suficiente para que todos o sigam. Não é necessário ser um especialista de todos os temas, mas possuir um bom conhecimento geral deles: a) classificação fiscal & descrição completa de mercadorias; b) regras de origem & valoração aduaneira; c) controle de estoque & rastreabilidade das mercadorias e insumos; d) verificação documental & manutenção de registros; e) regimes especiais, imunidade e demais benefícios fiscais no âmbito aduaneiro; f) operações indiretas, câmbio, base de cálculo de tributos e do preço de exportação; g) gestão de crises e riscos; h) export controls; e i) programa brasileiro de OEA.


 


8. Familiarizar-se com os sites da Receita Federal e dos órgãos anuentes. Eles possuem significativa quantidade de dados de conformidade e são ótimos recursos para consultas e atualizações. Vale a pena conferi-los frequentemente.


 


9. Participar de uma organização profissional. Atualmente as associações de classe ajudam seus membros a se conectarem com os colegas, para que possam compartilhar conhecimentos e experiências.


 


10. Participar de feiras, seminários e palestras. As feiras são uma ótima maneira de aprender sobre as mais recentes tecnologias empregadas na sua atividade, manter-se atualizado sobre as práticas atuais e expandir sua rede profissional. A Intermodal South America é o segundo maior evento no mundo com foco em transporte de cargas e logística e o maior evento das Américas direcionado para os setores de logística, transporte de cargas e comércio exterior. Realizada há mais de 20 anos, a feira é considerada uma plataforma de negócios que reúne, em três dias, os principais players do setor com o objetivo de fomentar negócios e parcerias e dar suporte ao desenvolvimento e aprimoramento tecnológico dos segmentos que congrega. Em sua última edição, reuniu mais de 400 marcas expositoras, de 22 países, e atraiu mais de 38 mil profissionais.


 


11. Conectar-se a profissionais de Trade Compliance no LinkedIn. As mídias sociais contribuem fortemente para o desenvolvimento da rede profissional. Através do LinkedIn, além de se conectar com profissionais individuais, você também pode acompanhar empresas e participar de grupos (fóruns). Fóruns de acesso fácil para gestores de Comex e/ou Trade Compliance dialogam, criam estratégias e compartilham as soluções de conformidade das melhores práticas para seus membros. Desafios, obstáculos e problemas atuais podem ser mitigados e evitados com base na interação dos profissionais nestes ambientes práticos.


 


12. Revistas, boletins eletrônicos e periódicos sobre Comex, Logística e/ou Trade Compliance devem ser assinados. Publicações impressas e digitais são excelentes para enriquecer a gestão de Trade Compliance. Lê-los é uma maneira fácil de aprender muito. E muitos deles são gratuitos.


 


13. Acessar consultores renomados, autoridades da alfândega e/ou órgãos anuentes, despachantes/agentes de carga, professores, palestrantes e autores de publicações em Comércio Exterior que possuem conhecimento técnico atualizado e de qualidade. Escritórios de contabilidade e advocacia também oferecem importantes serviços de conformidade aduaneira. Desenvolver relacionamento com estes profissionais e vinculá-los a uma extensão do responsável de Trade Compliance são essenciais para uma iniciativa de conformidade bem-sucedida.


 


14. Definir uma meta de carreira de curto prazo. Você deve perguntar: “Qual deve ser meu próximo passo na carreira?” Escolher uma meta de carreira de longo prazo. Tente decidir o que você gostaria de fazer daqui a 5 ou 10 anos e quais habilidades e experiências são necessárias para chegar lá. Quanto mais específico for seu objetivo, mais fácil será descobrir como chegar lá.


 


15. Criar um painel de desenvolvimento profissional para ajudá-lo na gestão da sua carreira, no desenvolvimento de competências e conhecimento do ambiente de negócios, na experiência em Trade Compliance e no desenvolvimento de sua rede profissional. No painel identificar as metas de carreira (curto e longo prazo) e acompanhar seu progresso. Melhor ainda, compartilhar seu painel com um mentor e solicitar orientações de carreira.


 


As experiências que você coleciona ajudam a impulsionar sua carreira, a promover o gerenciamento eficaz de Trade Compliance e a buscar melhores oportunidades em sustentabilidade e crescimento a longo prazo para sua empresa. A liderança de Trade Compliance é um dos pilares estratégicos na garantia da competitividade internacional da sua empresa, e exige o enfrentamento diário dos complexos desafios do comércio exterior no Brasil. Porém, maiores que os desafios a vencer, somente as recompensas pela realização do trabalho transformador.


Autor(a): CATARINA FORMIGLI


Experiência na gestão de operações de Comércio Exterior e implementação de programas de Compliance Aduaneiro, atuando há 20 anos na indústria, consultoria e magistério. Possui MBA em Comércio Internacional (Unifacs), MBA em Supply Chain e Logística (FGV), MBA em Gestão Empresarial (FGV), certificação Lean Six Sigma e Auditora Interna pela Bureau Veritas. Ministra o curso Trade Compliance para Comércio Exterior na Aduaneiras, desde 2019.


 


Fonte Internet: Aduaneiras, 29/05/2020

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No contexto do comércio exterior, esses materiais representam commodities de alta liquidez e demanda constante, especialmente em mercados emergentes com expansão de infraestrutura. A cadeia de suprimentos global desses metais é complexa e envolve produtores primários, refinarias, distribuidores e fabricantes finais. O Brasil, por exemplo, possui significativa produção de alumínio, mas depende da importação de cobre para atender sua demanda industrial. Essa dinâmica cria oportunidades estratégicas para empresas especializadas em comércio internacional. A volatilidade dos preços internacionais desses metais torna o planejamento financeiro crucial para operações de importação e exportação. Empresas que implementam estratégias de hedge cambial e contratos de fornecimento de longo prazo conseguem mitigar riscos e garantir margens competitivas. Desafios Logísticos na Importação de Lingotes A logística de lingotes metálicos apresenta complexidades específicas que impactam diretamente os custos de importação. O transporte marítimo é predominante devido ao peso e volume das cargas, exigindo planejamento logístico detalhado para otimizar tempos de trânsito e reduzir custos portuários. O manuseio adequado desses materiais durante o transporte é fundamental para evitar perdas por oxidação ou contaminação. Armazenagem temporária em portos e terminais deve seguir protocolos específicos, especialmente para lingotes de cobre, que são susceptíveis à deterioração quando expostos à umidade. A documentação alfandegária para importação de lingotes requer conhecimento técnico das classificações NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) específicas. Erros na classificação podem resultar em tributação inadequada ou retenção de cargas na alfândega, impactando significativamente os cronogramas de produção. Planejamento Tributário para Operações com Lingotes O planejamento tributário eficiente é determinante para a viabilidade econômica das operações de comércio exterior com lingotes metálicos. A estrutura tributária brasileira oferece diversos regimes especiais que podem reduzir substancialmente os custos de importação, como o Drawback e os regimes aduaneiros especiais. A análise dos acordos comerciais internacionais é fundamental para otimização tributária. Tratados como o Mercosul e acordos bilaterais podem proporcionar reduções tarifárias significativas para lingotes originários de países específicos. O conhecimento das regras de origem torna-se essencial para aproveitamento desses benefícios. Empresas que atuam com regularidade no mercado de lingotes podem se beneficiar do regime de Operador Econômico Autorizado (OEA), que oferece facilidades operacionais e redução de controles aduaneiros. Esse status requer investimento em compliance e sistemas de controle, mas proporciona vantagens competitivas sustentáveis. Inovações Tecnológicas e Sustentabilidade na Distribuição A digitalização dos processos de comércio exterior tem revolucionado a distribuição de lingotes metálicos. Plataformas de trading online permitem maior transparência de preços e facilidades para fechamento de contratos internacionais. Sistemas de rastreamento via blockchain garantem autenticidade e origem sustentável dos materiais. A crescente demanda por metais de origem sustentável tem influenciado as cadeias de suprimento globais. Certificações ambientais e práticas de mineração responsável tornaram-se diferenciais competitivos no mercado internacional. Empresas que conseguem garantir fornecimento de lingotes com certificação ambiental acessam mercados premium. Tecnologias de análise de dados e inteligência artificial estão sendo implementadas para otimização de rotas logísticas e previsão de demanda. Essas ferramentas permitem redução de custos operacionais e melhor planejamento financeiro para operações de longo prazo. Oportunidades em Mercados Emergentes Mercados emergentes apresentam oportunidades excepcionais para distribuição de lingotes destinados à produção de fios e cabos. O crescimento da infraestrutura de telecomunicações e energia elétrica nesses países impulsiona a demanda por matérias-primas metálicas de qualidade. A expansão das redes 5G e projetos de energia renovável criam nichos específicos de demanda por cabos especializados. Lingotes com especificações técnicas diferenciadas para essas aplicações comandam preços premium no mercado internacional. A estratégia de diversificação geográfica de fornecedores é fundamental para mitigar riscos de interrupção de suprimentos. Empresas que desenvolvem relacionamentos comerciais em múltiplas regiões conseguem maior estabilidade operacional e acesso a melhores condições comerciais. Conclusão A distribuição eficiente de lingotes para fios e cabos no comércio exterior demanda expertise multidisciplinar em logística internacional, planejamento tributário e gestão de riscos. O crescimento contínuo da demanda global por infraestrutura de conectividade e energia elétrica mantém este mercado aquecido e promissor. Empresas que investem em conhecimento especializado e tecnologia conseguem aproveitar as oportunidades de crescimento enquanto minimizam os riscos inerentes ao comércio internacional.  O sucesso neste segmento requer visão estratégica de longo prazo e capacidade de adaptação às mudanças regulatórias e tecnológicas constantes do mercado global.
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